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Numéro 61 - 07 septembre 2016
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Qu'est ce qui est 'normal' au Brésil ? (textes français et portugais)

Au Brésil, après quelques décennies, il semble y avoir un retour à la “normalité”, bien qu’on ne sache plus vraiment ce qui est normal...

En 2002 au Brésil, un travailleur, un dirigeant syndical, est arrivé au pouvoir en promettant de mettre fin à la faim: “J'accomplirai mon travail  si, à la fin de mon gouvernement, tous les Brésiliens ont trois repas par jour” c'est ce que l'ancien  président Luiz Inacio Lula da Silva a déclaré à son programme principal de gouvernement - Faim Zéro. Et avec ce discours il a été élu, a été réélu, a élu son successeur, Dilma Rousseff, qui a également été réélue. Et Lula envisage de revenir en 2018.

On ne peut pas contester les progrès sociaux obtenus pendant cette période, au Brésil comme en Amérique latine, qui a vécu et vit encore une expérience socialiste.

L'amélioration de la qualité de vie de millions de personnes (lire aussi impulsion consumériste), la sortie de la misère de milliers d'autres méritent d'être examinées. Comment ces dirigeants gérent-ils et investissent-ils l'argent récolté de la société ? D'une manière correcte ? Car on observe que le Brésil a une des charges fiscales les plus élevées du monde....

Le début du gouvernement Lula - voilà comment on appelle les gens par leur prénom, même si c'est une autorité - a rempli les Brésiliens et les gens à travers le monde, de l’espoir qu' un gouvernement juste, correct et éthique soit possible. Dans son premier mandat, nous avons eu cette certitude. Mais à partir du deuxième mandat, le gouvernement a commencé à enfler : l'appareil administratif a grandi, les ministères et les structures ont été créés, redondants et inutiles. Et encore on avait de l’espoir.

Donc Dilma Rousseff a été élue. Depuis le début de son premier mandat, elle a dû faire face à des allégations de corruption et d'irrégularités, initiées dans le gouvernement de son prédécesseur. Nous avons vu la présidente avec un visage fermé, irritable, triste, je dirais. Je pense qu'elle ne s'attendait pas à ce que les choses soient comme ça. Elle et beaucoup de ses collègues ont risqué leurs vies. Ce sont des gens qui se sont battus pour la démocratie, ont subi les effets directs de la période de dictature militaire qui a obscurci le soleil du Brésil, des tortures , et ont contribué à ce que la liberté retourne au pays.

Puis, avec tant de héros impliqués dans des malversations, l'espoir a commencé à s'effriter. Ce Gouvernement  dit socialiste et éthique se comportait de la même manière que ceux qu' ils ont toujours critiqués. Il y avait du progrès social, oui. Mais il aurait pu être beaucoup plus grand, sans les écarts des ressources publiques.

Et Dilma a été réélue. Pourtant, au milieu de la campagne électorale de 2014 des choses étranges se sont produites. L'avion où voyageait Eduardo Campos, l'un des candidats à la présidentielle,  a subi un accident et est tombé, provoquant la mort de Campos. Le Parti socialiste brésilien a choisi comme candidate l'ancienne ministre de Lula, Marina Silva,  en charge de l'environnement, après la mort de Campos.

La campagne électorale a été semée d'allégations de corruption. La crise économique commençait. Rousseff, dans ses discours de campagne, a assuré que tout allait bien, que les factures seraient payées à temps et qu'il n'y aurait pas d'augmentation des impôts ou de réduction des droits du travail.

Mais, après la réélection a éclaté le scandale de corruption à Petrobras et dans d'autres secteurs du gouvernement. Des ressources ont été détournées et les finances publiques ont commencé à sombrer. Pour clôturer les comptes, la Présidente a présenté, au début de son second mandat, un paquet d'ajustements budgétaires. Droits du travail et de la sécurité sociale ont été réduits, les entreprises ont  payé plus d' impôts, entre autres mesures. Pour honorer les engagements pris par le pays, la facture est payée par la société brésilienne.

L'irresponsabilité des affaires publiques, des intérêts illégitimes et égoïstes a détruit le fil d'espoir qu'il y avait encore. Et maintenant, les gens  sont insatisfaits,   perdus, ne savent plus très bien ce qu'ils veulent. On voit cela dans de nombreuses manifestations  en cours. Ils demandent des choses absurdes, comme le retour de la dictature militaire, sans savoir ce que cela signifie....!

En bout de ligne, le gouvernement est composé de personnes. Et ces gens ont des valeurs : ou éthiques et intéressées par le bien public, ou pas. La situation actuelle montre qu'il peut y avoir retour à l'inflation, au chômage et à la corruption. Les Brésiliens peuvent passer encore des temps de vaches maigres.

Ou, qui sait, n'a t'on  jamais quitté cette condition ?

Iara Borges, aux Urbains de Minuit

 

É tempo de retorno!

Depois de algumas décadas, parece estar havendo um retorno à “normalidade”, apesar de não se saber bem o que seja normal.

No Brasil, um operário, líder sindicalista, chegou ao poder em 2002 com a promessa de acabar com a fome: “Estarei realizado se, ao final do meu governo, todos os brasileiros conseguirem ter três refeições por dia” era o que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizia em seu principal programa de governo – o Fome Zero. E com esse discurso se elegeu, se reelegeu, elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff, que também se reelegeu. E há boatos de que Lula pretende voltar em 2018.

Não dá para contestar avanços sociais alcançados neste período, tanto no Brasil, como na América latina, que também viveu, ou vive, uma experiência mais socialista. Mas aqui quero refletir sobre a situação no Brasil.

A melhoria na qualidade de vida de milhões de pessoas (leia-se também aumento do impulso consumista), a saída da miséria de outras milhares é um mérito a ser considerado e premiado ou esses governantes não estavam apenas desempenhando um papel para o qual foram eleitos – administrar e aplicar o dinheiro recolhido da sociedade. E o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, observe-se.

O início do governo Lula – é assim que chamamos as pessoas, pelo prenome, mesmo sendo uma autoridade – encheu os brasileiros, e pessoas no mundo inteiro, de esperança de que seria possível um governo justo, correto e ético. E em seu primeiro mandato tivemos essa certeza. Mas a partir do segundo mandato, o governo começou a inchar. A máquina administrativa cresceu, foram criados ministérios e estruturas, muitas, redundantes e desnecessárias. A esperança continuava.

Então, Dilma se elegeu. E desde o início de seu primeiro mandato, teve que enfrentar denúncias de irregularidades e corrupção, iniciadas no governo de seu antecessor. A gente já via a presidente com uma expressão facial fechada, irritadiça, triste, eu diria. Penso que ela não esperava que as coisas seriam assim. Ela e muitos de seus companheiros comprometeram sua biografia. São pessoas que lutaram pela democracia, suportaram os efeitos diretos do período de ditadura militar que escureceu o sol do Brasil, sofreram torturas e contribuíram para que a liberdade voltasse ao país.

E a esperança começou a desmoronar. O governo e os políticos deste governo dito socialista e ético estavam se comportando do mesmo modo que os que sempre foram criticados. Houve avanços sociais, sim. Mas poderiam ter sido muito mais se não fossem os desvios de recursos públicos.

E Dilma se reelegeu. No meio da campanha eleitoral desenrolada em 2014 coisas estranhas aconteceram. O avião em que viajava Eduardo Campos, um dos candidatos à Presidência, que tinha como vice a ecologista Marina Silva, sofreu uma pane e caiu, causando a morte de Campos. A campanha eleitoral foi repleta de denúncias de corrupção. A crise econômica já começava a assolar o país. Dilma, em seus discursos de campanha, garantia que tudo estava bem, as contas em dia e não haveria aumento de tributos nem redução de direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”.

Mas, garantida a reeleição, a vaca tussiu. Estourou o escândalo de corrupção na Petrobrás e em outras áreas do governo. Foram tantos recursos desviados que as contas públicas começaram a falir. E para fechar as contas, a presidente apresentou, logo no início do seu segundo mandato, um pacote de ajuste fiscal. Direitos trabalhistas e previdenciários foram reduzidos, empresas tiveram carga tributária aumentada, entre outras medidas. Ou seja, para honrar compromissos assumidos pelo país, a conta será paga pela sociedade brasileira.

A irresponsabilidade com a coisa pública, interesses espúrios e egoístas destruíram o fio de esperança que ainda se tinha. E agora, as pessoas estão insatisfeitas, mas também estão perdidas, não sabem bem o que querem. A gente vê isso nas inúmeras manifestações que vem acontecendo. Pedem coisas absurdas, como a volta da ditadura militar, sem saber exatamente o que isso significa.

Em última análise, o governo é feito de pessoas. E as pessoas têm valores. Ou são éticos e interessados no bem público, ou não. A conjuntura atual demonstra que poderá haver retorno  à condição de inflação, desemprego e corrupção. Os brasileiros poderão enfrentar tempos de vacas magras. Ou será que, na verdade, nunca se saiu dessa condição?

Iara Borges, para Urbains de Minuit

 

1 commentaires
Le 0000-00-00 00:00:00 par sonia grdovic
et Dilma Roussef a été destituée (09/ 2016)
Numéro : 56 -